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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dire Straits e o bicampeonato de melhor banda inglesa (!)

Atendendo a pedidos do meu queridíssimo amigo Pedro (e por amar a banda também), venho aqui postar um álbum da banda Dire Straits, cujo vocalista, Mark Knopfler, está ali do lado, ó, na minha imagem de exibição ->

Eu realmente não estou com vontade de postar os 6 álbuns da carreira deles, então vou postar uma coletânea que reúne as melhores músicas dos camaradas.

Eu tenho esse DVD, háá!

Formada em 1977 por Mark Knopfler (guitarrista e vocalista), seu irmão mais novo, David Knopfler (guitarra e vocais), John Illsley (baixo e vocais) e Pick Withers (bateria e percussão), a banda recebeu esse nome (numa tradução livre, "em farrapos", ou qualquer coisa sinônima de "estar na bancarrota") por causa da péssima situação financeira dos membros na época. Apesar de ter nascido quando a onda pop e o movimento punk rock (o qual, segundo Dado Dolabella, João Gordo traiu) estavam em ascensão, eles tocam um rock mais setentista - o estilo que todos preferem, é claro.

Tudo começou com uma fita demo que eles levaram para o DJ Charlie Gillett, que tinha um show chamado "Honky Tonk" na Rádio BBC de Londres. A banda só queria conselhos, mas Charlie gostou tanto da música deles que tocou Sultans of Swing (que viria a ser, mais tarde, seu maior hit) no seu show. Dois meses depois, Dire Straits assinou um contrato com a gravadora Phonogram Records.

Sultans of Swing: The Very Best of Dire Straits, lançado em agosto de 1998 (relançado com DVD em 2002), reúne os 16 maiores sucessos de seus 6 álbuns. São eles:

Sultans of Swing, do álbum Dire Straits, de 1978
Lady Writer, do álbum Communiqué, de 1979
Romeo and Juliet, do álbum Making Movies, de 1980
Tunnel of Love, idem
Private Investigations, do álbum Love Over Gold, de 1982
Twisting by the Pool, do EP ExtendedancEPlay, de 1983
Love over Gold, do álbum ao vivo Alchemy: Dire Straits Live, de 1984
So Far Away, do álbum Brothers in Arms, de 1985
Money for Nothing, idem
Brothers in Arms, idem
Walk of Life, idem
Calling Elvis, do álbum On Every Street, de 1991
Heavy Fuel, idem
On Every Street, idem
Your Latest Trick, do álbum ao vivo On The Night, de 1993
Local Hero/Wild Theme, idem

Sendo os coloridos os destaques.

Indiscutivelmente o maior hit da banda, Sultans of Swing possui um estilo que (me enoja dizer isso, mas...) lembra o brega paraense. De fato, o estilo é precursor das porcarias que temos hoje, mas naquela época as coisas eram bem mais trabalhadas. As guitarradas são o forte da banda, e o ritmo marcado pela percussão também é muito bacana. Dançante até.

Mais ou menos no mesmo estilo da anterior, Lady Writer tem uma guitarra bem executada e uns vocais interessantes.

Considerada pelos críticos uma das melhores músicas deles, Romeu and Juliet é mais romântica, como o nome sugere. A guitarra é mais comportada e o ritmo, apesar de um pouco triste, é bastante legal.

Com uma introdução que mais parece daqueles desenhos antigos, que cresce com um teclado e uma guitarra cativantes, Tunnel of Love tem arranjos maravilhosos e um ritmo indiscutivelmente digno de destaque. Pick Withers se superou aqui.

Introdução legal também, So Far Away tem um ritmo pacato e energizante ao mesmo tempo.

Money for Nothing talvez seja uma das mais conhecidas deles, e tem um clipe bem estranhinho. O ritmo é bem legal, marcado com bateria e guitarras bem executadas. Saca só o refrão da música: "É assim que se faz; dinheiro pra nada e putas de graça". Fala da MTV também. Vai ver foi a empolgação de finalmente não ser mais "Dire Straits" de fato.

Super divertida e cativante, Walk of Life é, pra mim, uma das melhores músicas da banda. Ritmo dançante, com guitarras, baixo, bateria e vocais muito bem harmonizados. Quem vê o vídeo da música percebe a felicidade dos membros ao tocá-la. É contagiante.

Heavy Fuel conta com uma introdução mais "bad boy", e tem um ritmo idem. É, eu sou mesmo péssimo em descrever músicas, mas garanto: essa é legal. Só ouvindo pra saber.

Sem dúvida a obra-prima da banda, Your Latest Trick tem uma percussão show de bola e um solo de sax perfeito. Além do ritmo super envolvente, das guitarras bem colocadas, do trabalho maravilhoso do saxofonista Chris White e do teclado excepcional, a música conta ainda com o instrumento predileto do Ben Harper: a Pad Guitar! Do início ao fim, maestral em sua composição.

As outras, apesar de eu não ter dado destaque, são também muito boas. Twisting by the Pool, por exemplo é puro... twist! E Local Hero/Wild Theme é um solo de guitarra maravilhoso performado por Mark Knopfler.

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Escutem, e, se puderem, comprem o DVD. É muito bom, vale MESMO a pena! Só pra terem uma ideia do quanto os caras são bons, eles ganharam o prêmio de melhor banda inglesa DUAS vezes: em 1983 e em 1986. Eu disse INGLESA. Não é pra qualquer um não. Nem o Jethro, né, Pedro?

Até!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Freedom Call e o folk brasileiro

Essa foi rápida, hein? Arrumei um tempinho livre e vim aqui postar mais um álbum da minha banda favorita.


Freedom Call, EP lançado em 1996

Segundo EP (Extended Play; não é grande o suficiente para ser considerado álbum, nem curto o bastante para ser considerado single) da banda, lançado em 1996, conta com apenas 1 música nova (homônima do disco), já que as outras duas já tinham sido lançadas em Reaching Horizons, primeiro EP da banda.

O EP se inicia com a própria Freedom Call, que tem um ritmo que lembra o estilo de Holy Land. É sucedida por Queen of the Night, que tem uma introdução muito interessante com violino e guitarra e um ótimo solo dos nossos amados Kiko e Rafael.

Logo após temos Reaching Horizons, maravilhosa obra composta por Bittencourt, que conta com belíssimos (alô professora Rosa!) arranjos de violão por André Matos. A guitarra aparece como secundária aqui - raríssimo de se ver, hein?

Bem, as faixas seguintes nós já conhecemos. São Stand Away, em uma linda versão orquestrada (as guitarradas foram substituídas por uma orquestra, acreditem!), Deep Blue, em versão reduzida, e...

Hm? Ah, sim... Antes de Deep Blue tem Painkiller... Eu preferia pular esse. Painkiller é de composição da banda Judas Priest, e é puro Heavy Metal. Os arranjos de guitarra até que passam, mas a introdução de bateria é irritante e a vocalização é uma aberração. Horrível, horrível. Não ouçam a não ser que queiram perder tempo e ficar surdos.

Agora vem a parte boa! Três músicas gravadas em um show na França. Aliás, o público metaleiro francês parece gostar bastante de folk. A primeira, Angel's Cry, tem um arranjo um pouco diferente da original, mais leve. Só que eles misturaram elementos - pasmem! - de música latina (uma paraguaia) e portuguesa (foliculi foliculá, foliculi foliculá... lá lá lá, foliculi foliculá!)! São 8 minutos de muita diversão, em especial na parte em que eles fazem um false end e a plateia aplaude - hehe.

Na sequência, vem uma que eu achei bastante interessante. Vejam vocês, Angra é uma banda excepcional exatamente porquê não se prende a um único estilo. Eles adoram misturar metal, que é a base deles, com os mais diversos estilos musicais. Mas tem um único estilo que eles não podem mexer, por ser perfeito demais: a Bossa Nova! E não mexeram mesmo. A música seguinte, Chega de Saudade, de composição de Tom Jobim, não foi alterada em uma nota sequer. Só Luís Mariutti no baixo e André Matos no violão - cantando em português, é claro.

Lembram-se que eu falei da versão de Never Understand? Pois é, ela vem agora. Um pouco mais leve que a original, como Angel's Cry, dessa vez ela é introduzida, além do arranjo original, por uma das mais famosas músicas nordestinas: Asa Branca, do nosso grande mestre Gonzaguinha! E a plateia adorou. Mas é contagiante mesmo.

Conclusão: apesar de contar com apenas uma música nova e ser menor que os outros álbuns, Freedom Call vale muito a pena. Mostra a versatilidade desse ótimo grupo. E como diria Galvão Bueno: é do Brasil-sil-sil!

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Até a próxima com Fireworks!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Angel's Cry (1993) e a errata de um presunçoso

Depois de milênios sem postar aqui, venho cá postar o resto da discografia da melhor banda dos 4 continentes (eu sei que são 5, mas... Europa... Inglaterra... Sabe como é, não dá pra competir): Angra!


Angel's Cry, primeiro álbum da banda

Lançado em 1993, Angel's Cry segue um padrão que se vê em todos os outros álbuns (com exceção de Temple of Shadows e Aurora Consurgens): possui 10 faixas, é iniciada por uma música instrumental que continua diretamente na segunda faixa e tem uma música homônima do disco. Comparado aos próximos trabalhos deles, Angel's Cry não é uma obra-prima, mas é realmente muito bom para um disco de estreia.

Antes de mais nada, gostaria de pedir de joelhos minhas humildes e mortais desculpas a Kiko Loureiro. "Quem é esse?", você pergunta. Exatamente por isso peço desculpas. Loureiro é o parceiro de Rafael Bittencourt desde o início da banda até hoje, e é tão perfeito guitarrista quanto ele. Portanto, no meu post anterior, favor leiam "Bittencourt e Loureiro" onde eu disse apenas "Bittencourt".

Bom, falando do álbum; ele é iniciado por Unfinished Allegro, instrumental, que continua na faixa seguinte, Carry On. Esta, assim como grande parte das músicas do disco, é de um metal um pouco mais pesado do que se viu em Holy Land. Ou seja, somente Power Metal ao invés de Power-Progressive Metal. Mas já se vê que Loureiro e Bittencourt são mesmo músicos de qualidade.

Angel's Cry, homônima do disco, tem um ritmo bem bacana, marcado pela bateria de Alex Holzwarth. "Holz-o-quê? A banda não é brasileira?". Bom, sim. O baterista da banda, que aparece no encarte do CD e tudo o mais, é Ricardo Confessori. Mas na verdade, nesse álbum, quem assume a maior parte das gravações é esse alemão que mencionei. Depois de fazer esse ótimo trabalho com o Angra, ele foi integrar uma bandinha qualquer aí chamada "Rhapsody of Fire". É, rapaz, tá pensando o quê? O nível aqui é profissional!

Alguém aí já jogou Megaman? O X1/X2/X3? Pois é, quem já jogou vai se identificar muito não só com Stand Away, mas com o estilo geral do disco, pois é bem parecido. Vai ver que o Rafael e o Kiko eram músicos da Capcom antes de integrar a banda. Aliás, espere só pra ouvir Freedom Call. Tem uma versão orquestrada maravilhosa dessa música, onde as guitarradas são trocadas por música clássica. Linda, linda.

Ôxi, bixim, cê é nordestino? Então tu vai achar Never Understand a miór faixa desse disco, sem dúvida! Eu, pelo menos, acho. Nortistas e nordestinos são praticamente irmãos, e eu amo a música e a comida dos nossos amigos do sertão. Essa faixa é introduzida por um trechinho bem nordestino, visse? Com violão, mas depois com guitarra, bem ao estilo Angra. Ouve aí e me diz se o solo [que é feito aqui por Dirk Schlächter, Kai Hansen (considerado o fundador do Power Metal) e Sascha Paeth (que depois vai ser produtor de Holy Land!), sendo que este último é quem faz os trechos nordestinos no violão] aos 4:00 não é puro Megaman?! Depois ela fica mais agitadinha e tem uns vocais bem arretados. É paid'égua! Epa, isso é paraense...

A faixa 7, Wuthering Heights, é bastante bonita. Mas ao ouvi-la vocês se perguntarão: "Isso é Angra?". Bom, na verdade, não. Essa música é de uma cantora dos anos 70 chamada Kate Bush. Vi um dia desses o clipe dela na MTV, e posso afirmar que a vocalização do André combina com a original. Bittencourt e Loureiro fazem um trabalho genial aqui, assim como Thomas Nack, baterista convidado para essa música.

Streets of Tomorrow, Evil Warning e Lasting Child fecham o disco, com ótimos trabalhos de todos os membros da banda.
A segunda com ótimos trabalhos de guitarra+bateria e a última com um lindo trabalho nos teclados, violão e vocais de André Matos, que é também seu compositor. Um indício da influência clássica que a banda sofreria nos próximos álbuns, como Holy Land e Rebirth.

Bom, já mencionei o nome de todos, então aqui vai a escalação completa da banda até 1998:

André Matos - Vocais, teclados, violão
Kiko Loureiro - Guitarra
Rafael Bittencourt - Guitarra
Luís Mariutti - Baixo
Ricardo Confessori - Bateria

Links para download: Rapidshare

Bom, sobre a "errata de um presunçoso"... Lembram-se que no post de Holy Land eu disse que André Matos tinha errado na pronúncia da palavra "pushing"? Bom, segundo minha professora de inglês, ele pronunciou corretamente. "Não existe e nunca existiu 'pâshing'", disse ela. Puxa, e eu que aprendi e ouvi a vida toda errado...

Até a próxima com Freedom Call!